O próximo domingo é dia das mães, tempo oportuno para
refletirmos um pouco sobre a maternidade em nossos dias.
O futuro da humanidade está, como sempre, nas mãos
das mulheres. Engana-se quem pensa que os homens comandam ou comandaram os destinos
da sociedade. Mesmo nos tempos em que coube aos homens, com exclusividade, o
exercício do poder, esses homens foram filhos, e tiveram o seu modo de ser
forjado no colo de suas mães, ou na ausência dele.
Esse relacionamento essencial entre mãe e filho,
sobretudo nos primeiros anos de vida da criança, contudo, está se tornando
escasso, dada a cada vez mais acentuada participação da mulher no mercado de
trabalho.
Penso que o trabalho da mulher fora do lar seja algo
muito bom para a sociedade. Elas galgaram postos com competência, inteligência
e dedicação. Já são imprescindíveis nas funções que desempenham. Exemplo
marcante disso é a nova Presidente do Supremo Tribunal Federal, magistrada justa,
sábia e prudente, que faz jus ao exercício do cargo que ocupa.
Mas se a mulher está hoje inserida no mercado de
trabalho e é insubstituível nesse espaço que conquistou, uma questão que se
coloca é como harmonizar isso com a maternidade, função em que é ela mais
essencial ainda. Como a mulher operária, funcionária pública, empresária,
magistrada, consegue ser ao mesmo tempo e com a mesma dedicação, mãe?
A conciliação disso nem sempre é fácil. Quem nunca
observou a aflição de uma colega de trabalho que deixou o filho com febre no
berçário ou em casa?
Mas se é difícil conciliar trabalho profissional e as
obrigações de mãe, não lhe falta a criatividade. Afinal, o amor é sempre muito
inventivo. Em algumas situações, quando o trabalho permite, busca-se fazer
parte dele em casa. Então as antenas ficam ligadas e, de quando em quando, pode
se dar uma escapada para cobrir de afagos o pequenino que brinca por perto. Por
vezes, espremem-se os horários para que sobre
tempo para estar com os filhos.
Aliás, se é comprovado o quão importante é a presença
da mãe para a criança, sobretudo nos primeiros anos de vida, penso que a
legislação trabalhista deveria ser mais flexível para com elas, dando condições
de passar mais tempo ao lado dos filhos. E isso não seria nenhum exagero.
Afinal, é da formação dos futuros cidadãos que se estaria cuidando.
Outro fator importante nessa difícil conciliação é a
cooperação dos pais. Trocar fraldas, vestir, dar mamadeira de há muito deixou
de ser tarefa exclusiva das mães. Mas mais que isso, a mãe precisa sentir-se
amparada pelo marido. Trata-se de compreender o quão difícil é para ela
dedicar-se ao trabalho profissional e, ao mesmo tempo, desempenhar aquelas
tarefas que por natureza lhe cabe com exclusividade: ser mãe. E nesse intento,
é muito bem vindo a ela que o marido ajude nas tarefas do lar, a auxilie no
cuidado com os filhos, enfim, que lhe alivie as cargas que, no mais das vezes,
pesam mais sobre elas.
Mas há também aquelas mães que, por libérrima
escolha, optam por ser mãe por profissão, ou seja, não desempenhando trabalho
fora do lar. Quanto a essas, penso que seja terrível injustiça uma certa
manifestação que há de menosprezo, como se essa profissão fosse menos digna que
a das demais.
A maternidade é a mais nobre função que a mulher pode
exercer. Dela depende o futuro da humanidade. Com efeito, mães indiferentes,
ausentes, desleixadas, geram filhos inseguros, deprimidos, egoístas. Ao
contrário, mães dedicadas, presentes, zelosas, geram filhos felizes,
responsáveis, seguros de si, que serão no futuro os construtores de uma
sociedade mais humana.
É muito interessante e por vezes incompreensível para
nós, pais, observar o mistério da maternidade. Um novo ser é concebido no
ventre dela, desenvolve-se e, antes de nascer, já se observam laços de
afetividade entre eles que nós contemplamos, mas não compreendemos. Depois ele
nasce, ela o amamenta e continuamos sem entender muito bem o que se passa entre
eles. Ele cresce, e já podemos vislumbrar em seus olhinhos uma dúvida
fundamental: “mamãe, para que você me trouxe ao mundo?”. E a resposta da mãe
vem sem palavras, com afagos e mais beijos, e então ele compreende: “para amar,
porque a mamãe me ama”.
E nessa relação, caros pais, somos, quando muito,
meros atores coadjuvantes, e não nos resta outra conclusão: mães, vocês são de
fato insubstituíveis.
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