quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

A paz começa no lar

Em seu pronunciamento por ocasião do dia Mundial da Paz, o Papa transmitiu uma mensagem que merece ser meditada: De fato, estou convencido de que respeitando a pessoa promove-se a paz e, construindo a paz, assentam-se as premissas para um autêntico humanismo integral. É assim que se prepara um futuro sereno para as novas gerações.
Há vários aspectos relacionados com o tema que poderiam ser abordados. Mas se constata na mensagem uma finalidade bem definida: preparar um futuro sereno para as novas gerações. Falemos, pois, da educação dos filhos, até porque se mostra o respeito a eles educando-os de verdade.
Muitos pais pensam, porém, quando se fala em educação dos filhos, que tudo ou quase tudo o que podem fazer é escolher uma boa escola e que, feito isso, o assunto está resolvido. De fato, escolher bem o colégio é muito importante. E nesse intento há de se procurar as instituições que promovam, além da transmissão do conhecimento com qualidade, que se ocupem também da formação de valores humanos, mais ainda, que o façam em sintonia com o que os pais ensinam em casa.
Mas isso não é tudo. Nossos filhos estão em contínuo aprendizado, de modo que o ambiente que os cercam pode contribuir positiva ou negativamente. Sendo assim, o tempo de convívio com os pais é precioso, de modo que precisa ser muito bem aproveitado. E isso muito especialmente durante as férias.
Nós, pais, devemos nos questionar acerca de como programamos as férias. Buscamos passeios, viagens e programas que aumentarão o tempo em que se passa junto com os filhos? Ou, ao contrário, os critérios para escolher o lugar onde passar as férias é verificar se é fechado e cercado de monitores, de modo que mal os vemos de noite, antes de dormir? Programamos passeios familiares ou os enfiamos em colônias de férias, nisso ou naquilo de modo a termos sossego? É preciso que estejamos convencidos de que o convívio com o pai e com a mãe é imprescindível para uma boa formação dos filhos.
Também há de se cuidar da qualidade do tempo em que se passam juntos. E talvez esse seja um dos pontos mais interessantes, pois é nele que poderemos transmitir bons ou maus valores aos nossos filhos. E ninguém dá o que não tem. Ou seja, não se consegue incutir virtudes nos filhos se nós pais não as temos, ou ao menos não lutamos por adquiri-las.
Certa vez observei como uma mãe que, na fila do cinema, cuidava de alertar aos filhos que iria dizer que o caçula ainda não havia completado dois anos (não era verdade) para não ter de pagar o ingresso. O que ensinava ela aos filhos? Certamente que mentir vale a pena. Que diferença há entre essa “mentirinha” e a do político que promete o que não pode cumprir para ganhar uma eleição? Penso que nenhuma, ou talvez o tamanho do proveito que se obtém com a falsidade. Mas para as crianças isso não faz muita diferença, afinal, quem não é acostumado a ser veraz no pequeno, muito dificilmente o será no grande. Assim, devemos estar atentos e buscarmos um aprimoramento pessoal constante para, com nossa luta, sermos bons exemplos para os que nos cercam, em especial os nossos filhos.
Tenho agora com a sensação de que já falamos sobre isso, pior, estou sem saber como concluir. Enquanto penso nisso, aproxima-se a minha filha, Maria Clara, de 4 anos, que me pergunta o que estou fazendo. Tento explicar que estou escrevendo uma mensagem para os pais e pergunto a ela se tem alguma sugestão, ao que ela me responde prontamente: “diga a eles que façam os filhos obedecer”. Confesso que não esperava dela essa resposta, principalmente porque não é nenhum modelo de criança obediente...

De qualquer forma, penso que a sugestão deve ser ouvida e meditada. De fato, como os filhos necessitam de que os pais exerçam a autoridade com eles, sem autoritarismo, mas que, com carinho e firmeza, os façamos obedecer, pois é somente assim que eles se sentirão verdadeiramente amados.

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