Muitos de nós, pais, temos sabemos o que esperamos de
nossos filhos: que sejam felizes, que alcancem ao longo de suas vidas os
verdadeiros “bens”. Mas, e quanto a eles, o que os filhos esperam dos pais?
Em primeiro lugar, o amor. Mas não como se imagina em
um primeiro momento. Refiro-me ao amor dos pais entre si, pai e mãe. O amor dos
pais pelos filhos vem apenas em
seguida. E eles sentem segurança na exata medida em que se
sentem amados por dois seres insubstituíveis que, acima de tudo, se amam, e
que, além disso, se complementam na tarefa de educá-los. Por isso, caro pai,
aqui vai um primeiro recado de seu filho: “Papai, você tem renovado o amor pela
mamãe?”.
Também os filhos esperam ser educados, isto é,
encaminhados a alcançar os verdadeiros bens para serem felizes. E aqui ousamos
formular uma pergunta fundamental: “Quais são estes verdadeiros bens?”. De
fato, estamos num terreno muito pessoal, onde pai e mãe devem conversar muito
para descobrirem juntos seus valores e crenças primordiais.
Nossas crenças e valores são sustentados por uma
inteligência bem formada, uma vontade rija e uma afetividade equilibrada que
nos motiva e orienta por esta estrada da vida rumo à felicidade. Isto requer um
projeto educativo completo que abarque todos os pontos acima mencionados. É que
aqui está em jogo não apenas a felicidade de nossos filhos, mas também nossa
realização pessoal enquanto pais.
De todos estes valores e qualidades, tenho que seja
importante falar um pouco sobre a VONTADE. A inteligência é um farol que
ilumina o caminho, mas é a vontade que nos faz caminhar. Sendo assim, educar a
vontade é uma tarefa primordial dos pais. Mais do que a inteligência, o que
diferencia os homens é a vontade.
E só desenvolvemos uma vontade forte exercitando-a em
fazer o que se deve a cada momento. Só conseguiremos vencer os grandes desafios
se quisermos vencer os pequenos: levantar e ir dormir na hora determinada,
estudar ou trabalhar com empenho, concluindo bem cada atividade, ocupando de um
modo sadio o nosso tempo de descanso em realizar atividades que requerem menos
esforços, em suma, ponderando a cada dia o que pode ser melhorado e lutando por
fazê-lo.
Como pais, isto requer de nós uma contínua
auto-exigência. Para ajudar nossos filhos a desenvolver esta vontade precisamos
exigi-los. É isto o que chamamos exercer a autoridade que nos cabe. Os filhos
têm o direito de serem exigidos em tudo o que lhes torna melhores como pessoas.
Nós, como pais, temos o dever de saber o que e como exigir-lhes. Não fazê-lo,
seria privá-los de algo essencial.
Isso não quer dizer que devamos transformar nossos
lares em quartéis. Ao
contrário, para exigir-lhes devemos apoiar-nos em seus aspectos positivos e, a
partir deles, ajudá-los a superar os que estão mais fracos. Por exemplo, se
nosso filho é generoso, apoiemo-nos nessa característica para fomentá-lo a ser
mais organizado com seus objetos e assim contribuir para o bem-estar de todos
em casa.
Nossos filhos esperam que lhes dediquemos tempo. Só
faremos tudo isso se estivermos disponíveis. Penso que foi algum pai que
inventou a frase de que “é preciso qualidade e não quantidade de tempo junto
aos filhos”. Na verdade, são precisos os dois. Não se ignora que todos temos de
trabalhar longas horas hoje em dia para mantermos nossas famílias. Contudo, com
um pouco de esforço, podemos retirar tempo de onde não suspeitávamos. Basta que
repensemos o modo de como passar o fim de semana, a leitura, o trabalho e a TV.
Não precisamos nos privar de nada disso, basta que, fazendo cada coisa ao seu
tempo, escolhamos as prioridades. E alguém poderia me dizer algo mais essencial
que educar bem os filhos?
Os filhos esperam de nós bons exemplos. Para ensinar
tudo isso, é preciso que nos esforcemos por viver o que se ensina. Nossos
filhos buscam inspiração mais no nosso exemplo de luta por melhorar do que em
nossas palavras ou em nossa conduta “impecável”. Há motivo maior para tentarmos
ser melhores?
Que pai poderia sentir-se realizado na vida se
descuidasse de cumprir da melhor maneira sua maior e mais importante tarefa:
SER PAI. Não há sucesso profissional que compense o fracasso no lar.
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