segunda-feira, 16 de julho de 2007

O que os filhos esperam dos pais?

Muitos de nós, pais, temos sabemos o que esperamos de nossos filhos: que sejam felizes, que alcancem ao longo de suas vidas os verdadeiros “bens”. Mas, e quanto a eles, o que os filhos esperam dos pais?
Em primeiro lugar, o amor. Mas não como se imagina em um primeiro momento. Refiro-me ao amor dos pais entre si, pai e mãe. O amor dos pais pelos filhos vem apenas em seguida. E eles sentem segurança na exata medida em que se sentem amados por dois seres insubstituíveis que, acima de tudo, se amam, e que, além disso, se complementam na tarefa de educá-los. Por isso, caro pai, aqui vai um primeiro recado de seu filho: “Papai, você tem renovado o amor pela mamãe?”.
Também os filhos esperam ser educados, isto é, encaminhados a alcançar os verdadeiros bens para serem felizes. E aqui ousamos formular uma pergunta fundamental: “Quais são estes verdadeiros bens?”. De fato, estamos num terreno muito pessoal, onde pai e mãe devem conversar muito para descobrirem juntos seus valores e crenças primordiais.
Nossas crenças e valores são sustentados por uma inteligência bem formada, uma vontade rija e uma afetividade equilibrada que nos motiva e orienta por esta estrada da vida rumo à felicidade. Isto requer um projeto educativo completo que abarque todos os pontos acima mencionados. É que aqui está em jogo não apenas a felicidade de nossos filhos, mas também nossa realização pessoal enquanto pais.
De todos estes valores e qualidades, tenho que seja importante falar um pouco sobre a VONTADE. A inteligência é um farol que ilumina o caminho, mas é a vontade que nos faz caminhar. Sendo assim, educar a vontade é uma tarefa primordial dos pais. Mais do que a inteligência, o que diferencia os homens é a vontade.
E só desenvolvemos uma vontade forte exercitando-a em fazer o que se deve a cada momento. Só conseguiremos vencer os grandes desafios se quisermos vencer os pequenos: levantar e ir dormir na hora determinada, estudar ou trabalhar com empenho, concluindo bem cada atividade, ocupando de um modo sadio o nosso tempo de descanso em realizar atividades que requerem menos esforços, em suma, ponderando a cada dia o que pode ser melhorado e lutando por fazê-lo.
Como pais, isto requer de nós uma contínua auto-exigência. Para ajudar nossos filhos a desenvolver esta vontade precisamos exigi-los. É isto o que chamamos exercer a autoridade que nos cabe. Os filhos têm o direito de serem exigidos em tudo o que lhes torna melhores como pessoas. Nós, como pais, temos o dever de saber o que e como exigir-lhes. Não fazê-lo, seria privá-los de algo essencial.
Isso não quer dizer que devamos transformar nossos lares em quartéis. Ao contrário, para exigir-lhes devemos apoiar-nos em seus aspectos positivos e, a partir deles, ajudá-los a superar os que estão mais fracos. Por exemplo, se nosso filho é generoso, apoiemo-nos nessa característica para fomentá-lo a ser mais organizado com seus objetos e assim contribuir para o bem-estar de todos em casa.
Nossos filhos esperam que lhes dediquemos tempo. Só faremos tudo isso se estivermos disponíveis. Penso que foi algum pai que inventou a frase de que “é preciso qualidade e não quantidade de tempo junto aos filhos”. Na verdade, são precisos os dois. Não se ignora que todos temos de trabalhar longas horas hoje em dia para mantermos nossas famílias. Contudo, com um pouco de esforço, podemos retirar tempo de onde não suspeitávamos. Basta que repensemos o modo de como passar o fim de semana, a leitura, o trabalho e a TV. Não precisamos nos privar de nada disso, basta que, fazendo cada coisa ao seu tempo, escolhamos as prioridades. E alguém poderia me dizer algo mais essencial que educar bem os filhos?
Os filhos esperam de nós bons exemplos. Para ensinar tudo isso, é preciso que nos esforcemos por viver o que se ensina. Nossos filhos buscam inspiração mais no nosso exemplo de luta por melhorar do que em nossas palavras ou em nossa conduta “impecável”. Há motivo maior para tentarmos ser melhores?

Que pai poderia sentir-se realizado na vida se descuidasse de cumprir da melhor maneira sua maior e mais importante tarefa: SER PAI. Não há sucesso profissional que compense o fracasso no lar.

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