segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Semana da Vida

Há exatamente uma semana, comemorávamos o dia do idoso. Hoje é o dia do nascituro. Eis uma oportunidade magnífica para celebramos a vida que já existe desde o maravilhoso momento em que um espermatozóide, dentre milhares de outros, se funde com um óvulo, dando origem a um novo ser no templo sagrado do útero de uma mãe.
Dom Bruno Gamberini, Arcebispo Metropolitano de Campinas, em sua carta intitulada Um Clamor de Esperança, conclama todos os fiéis para que assumam uma postura ativa em defesa da vida. Trata-se de um documento que deveria ser lido e meditado por todos os cristãos, ainda que não católicos. Afinal, todos cristãos proclamam a fé no mesmo Deus da vida.
Encontramos na carta uma forte e incisiva chamada a todos para que se empenhem na defesa do direito natural à vida, alertando ainda para a cultura da morte que pouco a pouco vai se infiltrando em nossa sociedade sem que percebamos.
De fato, a primeira afronta ao direito natural à vida é a tentativa velada, mas intensa, perseverante, de se difundir a prática do aborto. Talvez não percebamos a manobra muito bem articulada nesse intento homicida, mas ela existe. É que os inimigos da vida agem na surdina, sem alardes, na calada da noite, até porque não suportam a luz. Mas, se dormirmos, quando despertarmos, poderá ser tarde demais, e então teremos de conviver com uma sociedade abortista, que ceifa a vida antes mesmo que o novo ser humano contemple o dia.
A cultura da morte, estejamos alerta, não pára aí. Também se empenha em sua fúria homicida pela eutanásia. A pretexto de uma atuação humanitária, querem matar pessoas quando, com argumentos puramente interesseiros e utilitaristas, estariam elas apenas sofrendo em um leito de uma casa ou hospital.
Mas a cultura da morte é mais implacável, astuta e covardemente destrutiva com os jovens. O jovem traz na alma uma saudável rebeldia. Seu anseio de mudança o faz rebelar-se contra a cultura da morte, que não se afina com o anseio de vida que traz dentro de si.
Ocorre que os defensores da cultura da morte não são capazes de enfrentar com argumentos sólidos os jovens, não podem convencê-los. Exatamente por isso agem no sentido de destruir esse anseio de vida que trazem em suas entranhas.
Nesse intento, difunde-se entre os jovens o uso de entorpecentes, que os leva por caminhos de morte, enfraquece-os na luta, tira-lhes o que possuíam de mais precioso: a esperança. E então, consumidos pelo vício, tornam-se velhos, ainda que com poucos anos. Pior, dominados pela droga, ninguém os dará ouvidos. Afinal, é isso que querem os da cultura da morte: calar os jovens, pois sabem que são eles que se lançam em cantar e gritar na defesa da vida.
Os jovens têm desejos de amar. Procuram por alguém a quem possam se doar sem medidas, pelo resto de suas vidas. Mas os da cultura da morte se apressam e afogar tais anseios. Estimulam que as relações sexuais sejam feitas de forma inconseqüente e egoísta, em busca exclusiva do próprio prazer, usando-se apenas do parceiro para esse fim.
E banalizam o sexo porque, se não fizerem assim, os jovens acabam encontrando outros que pensam como eles, que sabem doar-se incondicionalmente. E se o fizerem, voltarão a constituir famílias sólidas e felizes, e nelas se reacenderão alentos de vida. Que pavor têm os da cultura da morte das famílias felizes, solidamente constituídas na base de um amor juvenil, de entrega incondicional!
Os jovens ainda não abafaram a lei natural que trazem gravada em seus corações. Por isso, querem restabelecer a ética. Mas os da cultura da morte apresentam-lhes um cenário de roubalheira, de desonestidade, astutamente sugerindo-lhes: “não vale a pena ser honesto!”.

Mas lamento dizer-lhes, arautos da morte, que a vida vencerá. Podem ter pequenas e aparentes vitórias aqui a acolá. Mas ao final, teremos sempre jovens santamente rebeldes, que batem o pé no chão e cantam canções bonitas que falam da vida. Jovens sóbrios, que sonham com os pés no chão. Que sabem doar-se, que sabem amar. Jovens que contemplam o cenário político com indignação, mas com anseio de mudança. A esses é que vem o conclame de cantar a beleza da vida.

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