Amanhã, dia 8 de março, comemoramos o Dia
Internacional da Mulher. Em recente pronunciamento, a presidenta (como ela quer
ser chamada) Dilma Rousseff anunciou que as políticas públicas, nisso incluídos
os programas Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida, devem priorizar a mulher,
pois é grande o número de famílias chefiadas exclusivamente pela mãe.
Diante desse cenário, em que são cada vez mais
frequentes as famílias formadas exclusivamente pela mãe e seus filhos, sem a
presença do pai e esposo a compartilhar essa difícil missão, penso que é mesmo
imprescindível que o Estado tenha iniciativas de apoio à mulher brasileira. Mas
será que é apenas com isso que a mulher espera ser homenageada?
Há poucos dias assisti a um desses documentários na
TV que mostram a vida na selva. A tomada da câmera inicia com um leão
caminhando bem determinado a um destino fixo. Ele passa imperturbável por
várias zebras que fogem apavoradas. “Ele não estava com fome”, comenta o
apresentador. Após um longo percurso, chega a um local onde havia três leoas
que, juntas, cuidavam de seus filhotes. Elas caçavam em grupo e, dessa forma,
alimentavam-se e nutriam as crias. Mas a presença do macho ali passou a representar
uma ameaça, explica o apresentador. É que ele poderia matar os filhotes para que
a mãe entrasse no cio.
Confesso que essa afirmação me causou uma certa
perplexidade: matar os filhotes apenas para obter uma satisfação sexual! Mas,
se pensarmos bem, isso não deveria nos assustar. A natureza tem suas leis
próprias que, no fundo, realçam cada vez mais a sua beleza. A leoa
estrangulando a zebra, a hiena na espreita para devorar o filhote da leoa e o
leão que aguarda pacientemente uma oportunidade de acasalamento agem por puro
instinto de sobrevivência e de preservação da espécie. O que nos deveria causar
profundo espanto é quando nós, seres humanos, dotados de inteligência e vontade
livres, agimos puramente pelos mesmos instintos!
Às vésperas do carnaval a TV exibe, sem qualquer
escrúpulo e a qualquer hora do dia, uma mulher sambando completamente nua. Esse
fato demonstra que, sob a triste resignação das feministas, vivemos o mais
cruel dos machismos. Aquele em que a mulher é apresentada como mero objeto de
prazer. Pior, exibem-na fingindo gostar de desempenhar esse papel!
Mais do que simplesmente desejada, o que a mulher anseia,
no fundo, é ser amada. Que se demonstre por ela um amor afetuoso. Mas, ao mesmo
tempo, que esse amor não se resuma a um mero sentimento fugaz, ao contrário, que
venha também impregnado de uma forte e decidida vontade de lhe fazer o bem e de
querê-la cada vez mais. Ela quer alguém que esteja disposto a compartilhar
igualmente e por toda a vida as desventuras e as alegrias de formar uma família.
O relacionamento conjugal é substancialmente
diferente do mero acasalamento que vemos nas espécies animais. Ainda que
exteriormente o ato sexual do ser humano tenha algumas semelhanças com o de
alguns mamíferos, na essência é muito diferente. É, inegavelmente, um ato
prazeroso e também contribui para a preservação da espécie. Porém, muito além
dessas realidades materiais, é um ato de amor, de doação, é vida e fonte de
vida.
É bom que o dia internacional da mulher seja
comemorado com o anúncio de políticas públicas que as amparem na árdua missão
de conduzir sozinhas o sustento e a educação dos filhos. Mas seria muito melhor
que nós, homens, tomássemos consciência de que elas querem ser amadas e
amparadas, e que assumamos igualmente a nossa responsabilidade no lar e na
educação dos filhos. Em suma, que não as abandonemos à própria sorte, mas que
nos mantenhamos fiéis e valentes, ao seu lado, até que a morte nos separe.
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