segunda-feira, 7 de março de 2011

Dia da Mulher

Amanhã, dia 8 de março, comemoramos o Dia Internacional da Mulher. Em recente pronunciamento, a presidenta (como ela quer ser chamada) Dilma Rousseff anunciou que as políticas públicas, nisso incluídos os programas Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida, devem priorizar a mulher, pois é grande o número de famílias chefiadas exclusivamente pela mãe.
Diante desse cenário, em que são cada vez mais frequentes as famílias formadas exclusivamente pela mãe e seus filhos, sem a presença do pai e esposo a compartilhar essa difícil missão, penso que é mesmo imprescindível que o Estado tenha iniciativas de apoio à mulher brasileira. Mas será que é apenas com isso que a mulher espera ser homenageada?
Há poucos dias assisti a um desses documentários na TV que mostram a vida na selva. A tomada da câmera inicia com um leão caminhando bem determinado a um destino fixo. Ele passa imperturbável por várias zebras que fogem apavoradas. “Ele não estava com fome”, comenta o apresentador. Após um longo percurso, chega a um local onde havia três leoas que, juntas, cuidavam de seus filhotes. Elas caçavam em grupo e, dessa forma, alimentavam-se e nutriam as crias. Mas a presença do macho ali passou a representar uma ameaça, explica o apresentador. É que ele poderia matar os filhotes para que a mãe entrasse no cio.
Confesso que essa afirmação me causou uma certa perplexidade: matar os filhotes apenas para obter uma satisfação sexual! Mas, se pensarmos bem, isso não deveria nos assustar. A natureza tem suas leis próprias que, no fundo, realçam cada vez mais a sua beleza. A leoa estrangulando a zebra, a hiena na espreita para devorar o filhote da leoa e o leão que aguarda pacientemente uma oportunidade de acasalamento agem por puro instinto de sobrevivência e de preservação da espécie. O que nos deveria causar profundo espanto é quando nós, seres humanos, dotados de inteligência e vontade livres, agimos puramente pelos mesmos instintos!
Às vésperas do carnaval a TV exibe, sem qualquer escrúpulo e a qualquer hora do dia, uma mulher sambando completamente nua. Esse fato demonstra que, sob a triste resignação das feministas, vivemos o mais cruel dos machismos. Aquele em que a mulher é apresentada como mero objeto de prazer. Pior, exibem-na fingindo gostar de desempenhar esse papel!
Mais do que simplesmente desejada, o que a mulher anseia, no fundo, é ser amada. Que se demonstre por ela um amor afetuoso. Mas, ao mesmo tempo, que esse amor não se resuma a um mero sentimento fugaz, ao contrário, que venha também impregnado de uma forte e decidida vontade de lhe fazer o bem e de querê-la cada vez mais. Ela quer alguém que esteja disposto a compartilhar igualmente e por toda a vida as desventuras e as alegrias de formar uma família.
O relacionamento conjugal é substancialmente diferente do mero acasalamento que vemos nas espécies animais. Ainda que exteriormente o ato sexual do ser humano tenha algumas semelhanças com o de alguns mamíferos, na essência é muito diferente. É, inegavelmente, um ato prazeroso e também contribui para a preservação da espécie. Porém, muito além dessas realidades materiais, é um ato de amor, de doação, é vida e fonte de vida.

É bom que o dia internacional da mulher seja comemorado com o anúncio de políticas públicas que as amparem na árdua missão de conduzir sozinhas o sustento e a educação dos filhos. Mas seria muito melhor que nós, homens, tomássemos consciência de que elas querem ser amadas e amparadas, e que assumamos igualmente a nossa responsabilidade no lar e na educação dos filhos. Em suma, que não as abandonemos à própria sorte, mas que nos mantenhamos fiéis e valentes, ao seu lado, até que a morte nos separe.

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