segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Preparando o Natal

Já estamos próximos de comemorar mais um Natal. É impressionante notar como frequentemente nos deixamos dominar por um intenso ativismo nesse tempo. Parece que buscamos freneticamente – e quase sempre em vão – terminar o ano sem nenhum problema por resolver. Mas será que a felicidade verdadeira consiste em viveremos numa situação ideal em que as coisas aconteçam exatamente como havíamos planejado?
Talvez nos ajude a encontrar um sentido mais profundo para as nossas vidas se meditarmos no verdadeiro significado do Natal. E podemos buscá-lo nesse reencontro com cada um daqueles personagens que contemplamos no presépio.
Comecemos por aquele grande homem que vemos muito próximo à Mãe e ao Menino. Reparemos no exemplo magnífico de José: atento, fiel, nobre e generoso. Sua função é cuidar da Esposa e do Filho. Que formosa passagem! Esse é verdadeiro espírito do Natal. José é o verdadeiro exemplo a ser imitado por nós, pais de família. Com que solicitude e carinho tratamos a nossa esposa? Interessamos por seus problemas, anseios e aspirações? Ou nos limitamos a nos derramar na poltrona, como o copo de cerveja ao lado, enquanto ela, aflita, prepara a festa? Dispensamos atenção aos filhos, incutindo neles o mesmo espírito, ou cuidamos que brinquem com os presentes que ganharam e não nos incomodem nesse dia de muita comida e bebida?
Nesse cenário, o nascimento é o acontecimento mais importante. Essa passagem é de todos conhecida, embora nem tanto imitada. “E aconteceu completarem-se os dias em que deveria dar à luz, e deu à luz o seu filho primogênito, e O enfaixou, e O reclinou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2, 6-7).
Reparemos na delicadeza da Mãe. Faltava-lhes tudo. O menino nasceu num curral, com o cheiro característico desse local. Mas, ao mesmo tempo, podemos vislumbrar a criatividade com que se converteu o lugar inóspito em algo acolhedor, com sabor e calor de lar. Maria é um convite perene às mulheres de todos os tempos para que reconheçam o seu papel de primazia na condução dos rumos da sociedade. Ouso repetir para que fique bem claro: muito mais que aos homens, a elas cabe traçar os rumos da humanidade. É que lhes cabe a função de criar nos lares um ambiente de paz, serenidade e alegria que tanto contribui para que os filhos desenvolvam as suas personalidades e, portanto, assim formados, construam um mundo melhor.
Em nosso tempo, observamos um incrível crescimento da participação da mulher nos mais diversos setores da sociedade: são presidentes de nações, magistradas, altas executivas, operárias etc. Desempenham papéis de relevo também fora do lar, onde já contribuem de maneira fantástica para o desenvolvimento social. Mas o local em que ocupam o cargo de diretora-presidente, com caráter vitalício e inamovível é no lar. E desempenhando trabalho externo, não podem nunca esquecer que somente ela pode dar à casa o doce sabor de lar, cuidando dos pequenos detalhes que tornam agradável o convívio familiar. E a nós, homens, nessa empresa, além de operários, encarregados de serviços diversos, o maior cargo que podemos almejar é o de consultor geral da diretora-presidente ou, para os muito ambiciosos, ministros da economia.

E eis que aparecem uns visitantes inesperados: os Magos. Esses sábios viajaram muitos dias para contemplar esse fato extraordinário. E levaram presentes muito caros para a época. Mas o maior presente que deram foi a si próprios. Sim, dar-se ao Menino e, por Ele, aos demais. Natal é tempo de reflexão e, por conseqüência, de propósitos. Qual foi nossa disposição e ação em benefício do próximo neste ano que se finda? Que faremos concretamente no vindouro? Que o afã das muitas ocupações diárias não ofusque o brilho da estrela que guiou esses sábios. E se ela por momentos se apagar, tal como fizeram eles, tenhamos persistência, vale a pena.

Nenhum comentário:

Postar um comentário