segunda-feira, 22 de julho de 2013

JMJ Rio 2013: Eu vou!

Na próxima terça-feira, dia 23, começa a Jornada Mundial da Juventude 2013. Nela poderemos contemplar milhares de jovens que se encontram diante de um líder religioso para manifestar publicamente a sua fé, ao mesmo tempo em que anunciam para si mesmos e para o mundo que Deus existe. Mais ainda, que Ele é a razão das suas vidas e dos seus destinos.
É curioso notar essa imensa multidão que chega ao nosso País para ouvir a mensagem de um Papa que não lhes propõe uma vida fácil e cômoda...
 O cristianismo autêntico é um caminho difícil de ser trilhado, que exige renúncias e sacrifícios: “Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim” (Mt 10,38), lemos na Sagrada Escritura. Sendo assim, o que explica esses rostos sorridentes, vindo de todos os cantos do mundo – e também do Brasil – espalhando paz, serenidade e alegria por onde passam?
No mais profundo da alma da mulher e do homem há um imenso anseio de Deus. O ser humano foi criado por Amor e para a fonte desse Amor orienta a sua vida. Por isso, uma sociedade que, a pretexto de implementar um Estado laico, busca arrancar Deus da vida das pessoas, na verdade retira delas a razão mais fundamental da sua existência, deixando-as num vazio que nem os bens deste mundo e nem mesmo as outras pessoas poderão jamais preencher satisfatoriamente.
Isso explica algo que para o mundo parece inexplicável: que pessoas que passaram por inúmeros dissabores nas suas vidas, para quem a cruz tocou nos ombros de uma forma aparentemente muito pesada, são mulheres e homens alegres, que se movem com um brilho nos olhos e uma luz na alma capazes de gritar ao mundo num silêncio eloquente: a vida vale a pena! Vale a pena porque, apesar do sofrimento externo, no que é essencial em suas vidas encontraram uma razão suficientemente forte para viver, um motivo que nem mesmo a morte pode apagar.
É muito bom viver com essa segurança, com essa certeza de que nada do que nos acontece, seja bom ou ruim, é por acaso. Tudo o que sucede em nossas vidas foi querido ou ao menos permitido por um Deus que só deseja o nosso bem. É essa força da fé que move esses jovens.
A Jornada Mundial da Juventude é um evento promovido pela Igreja Católica. Bem por isso, penso que devemos nos lembrar dos nossos irmãos evangélicos, muçulmanos, espíritas, enfim, daqueles que são adeptos de outras religiões. E esse acontecimento não pode ser algo que nos divide. Ao contrário, é uma oportunidade para ressaltar o que temos em comum e que nos une, como a fé num Deus que é amor e o compromisso de sermos no mundo sinal vivo desse amor, o que se há de traduzir em obras concretas de serviço dos demais.
A JMJ não é uma demonstração de força e poder, uma espécie de aviso do tipo “vejam que somos muitos e, portanto, exigimos que nos respeitem”. Não era essa a intenção que movia as multidões que seguiam a Cristo pelos caminhos da Palestina, como igualmente não é isso que traz agora os jovens às ruas do Rio de Janeiro. Cada uma dessas pessoas teve um encontro pessoal com a pessoa de Jesus Cristo e, desde então, não é possível conter o ímpeto de um coração tocado pelo amor de Deus.
Isso também nos recorda que é um direito natural da pessoa humana manifestar publicamente a sua fé. É certo que ninguém pode impor aos demais as suas próprias convicções. Daí não se pode concluir, contudo, que a fé seja algo exclusivamente privado. De fato, a fé é uma adesão da pessoa a uma verdade revelada e, portanto, trata-se de uma experiência pessoal. Apesar disso, é legítimo poder manifestá-la publicamente.

E é precisamente isso que farão milhões de jovens do mundo inteiro nesta semana no Rio de Janeiro. Reunir-se-ão para celebrar a sua fé. Não são um grupo reunido contra algo. Na verdade, não são contra nada nem contra ninguém, mas simplesmente a favor de uma pessoa, Jesus Cristo, em quem encontraram a razão de ser das suas vidas. E a alegria desse encontro é tão magnificamente intensa que se sente a necessidade de cantar e anunciar a beleza da vida vivida com a força da fé.

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