segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Competência, otimismo e alegria

Em recente pronunciamento o Presidente Lula afirmou que a crise se vence com competência, otimismo e alegria. Confesso que não ouvi toda a mensagem, mas penso que esses ingredientes sugeridos são imprescindíveis não apenas para se enfrentar os momentos difíceis como para tudo em nossas vidas.
Competência. Como é importante que cada um dê o máximo de si em seu trabalho! Mais que isso, competência não é apenas questão boa vontade. Cada um em sua profissão deve se esmerar por aprimorar cada vez mais. Trata-se de estudar, formar-se, aprender as novas técnicas e novos conceitos que são necessários, seja qual for o ofício de cada um.
Talvez um grande equívoco que nós, brasileiros, caímos com muita freqüência seja pensar que os dias melhores por que tanto esperamos depende apenas da competência dos governantes. De fato, há muito que eles podem fazer para obtermos melhores condições de vida. Mas há muito mais que depende de cada um de nós. A pintura de uma casa ficará bem feita se o pintor se empenhar em cumprir com esmero o seu trabalho. A sentença será justa se o Juiz se esforçar por colher bem as provas, estudar o caso e ponderar na solução mais justa. O paciente será bem cuidado se o médico for bem formado e prudente. A empresa andará bem se o empresário for competente, mas também o sucesso do empreendimento depende muito do trabalhador em cumprir o seu papel. E, desses trabalhadores todos, qual é o mais importante? Penso que todos, cada um no seu lugar.
Todos deveríamos nos questionar, antes de nos lançarmos a fazer qualquer tarefa de nosso dia-a-dia com a seguinte pergunta: por que estou fazendo isso? É que a resposta a isso irá nortear quais serão nossas atitudes. Se faço apenas para ganhar dinheiro, a atenção a quem depende de nossos serviços, o esmero por fazê-lo bem feito, enfim, a qualidade de nosso trabalho somente será importante na medida em nos possa fazer ganhar mais dinheiro. Se, ao contrário, o principal objetivo for servir aos demais, o reconhecimento profissional e, com ele, o sucesso econômico virão como conseqüência natural. E não nos faltará o otimismo quando passarmos por momentos difíceis, pois trabalhamos por objetivos mais transcendentes.
E, nesse ponto, chegamos ao segundo ingrediente: otimismo. Não se trata de fechar os olhos para a realidade, ou mesmo sonhar com um “mar de rosas”. Mas mesmo diante de cenários sombrios, é possível acreditar que, aconteça o que acontecer, seremos felizes desempenhando com valentia e determinação o trabalho que nos cabe, ou que nos é possível.
Alegria. Que ingrediente fantástico para se colocar nessa receita! Como fazem falta pessoas alegres ao nosso lado! Ao contrário, como é pesado o ambiente que se forma ao redor de um carrancudo e mal-humorado. E é curioso notar que, ao contrário do que muitos de nós pensamos, a alegria não depende de fatores externos, como o tempo, o trânsito, e mesmo o humor da esposa ou do marido. No fundo, a alegria depende da paz de consciência, depende de que tenhamos muito claro para nós mesmos o motivo pelo qual acordamos, trabalhamos, descansamos e voltamos a trabalhar, qual seja, que o fazemos para servir aos demais. E quanta alegria há em servir!
Agora que o Natal se aproxima, a contemplação do Presépio é como que um exemplo vivo de tudo isso. O cenário não era muito animador para José, que fazia as vezes de pai do Menino. Teve de deixar a sua cidade, Nazaré, e partir para Belém, para cumprir uma ordem do imperador romano. Como cidadão honrado que era, cumpriu o seu dever. A viagem era penosa e, sobre um jumentinho, trazia a esposa grávida, com o parto iminente. Ao chegar ao destino, ninguém os recebeu em sua casa, por mais que ele se esforçasse.

Mas eles não se abatem. No estábulo tudo é ajeitado com muita competência, ainda que lhes faltasse quase tudo. O Menino nasce entre animais, mas desde o primeiro momento é fonte de um otimismo fantástico que faz os pastores e os magos se rejubilarem de alegria. E, por falar em alegria, essa é a palavra que melhor define aquele cenário absolutamente simples. Eles não temiam a crise do império romano, nem a sorte de seu País, nem mesmo o tirano Herodes. Havia quem os guiasse com muita competência. E essa segurança é fonte de um forte otimismo e de uma perene alegria.

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