Na próxima terça-feira, dia 23, começa
a Jornada Mundial da Juventude 2013. Nela poderemos contemplar milhares de jovens
que se encontram diante de um líder religioso para manifestar publicamente a
sua fé, ao mesmo tempo em que anunciam para si mesmos e para o mundo que Deus
existe. Mais ainda, que Ele é a razão das suas vidas e dos seus destinos.
É curioso notar essa imensa
multidão que chega ao nosso País para ouvir a mensagem de um Papa que não lhes
propõe uma vida fácil e cômoda...
O cristianismo autêntico é um caminho difícil de ser trilhado, que exige renúncias e sacrifícios: “Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim” (Mt 10,38), lemos na Sagrada Escritura. Sendo assim, o que explica esses rostos sorridentes, vindo de todos os cantos do mundo – e também do Brasil – espalhando paz, serenidade e alegria por onde passam?
O cristianismo autêntico é um caminho difícil de ser trilhado, que exige renúncias e sacrifícios: “Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim” (Mt 10,38), lemos na Sagrada Escritura. Sendo assim, o que explica esses rostos sorridentes, vindo de todos os cantos do mundo – e também do Brasil – espalhando paz, serenidade e alegria por onde passam?
No mais profundo da alma da mulher
e do homem há um imenso anseio de Deus. O ser humano foi criado por Amor e para
a fonte desse Amor orienta a sua vida. Por isso, uma sociedade que, a pretexto
de implementar um Estado laico, busca arrancar Deus da vida das pessoas, na
verdade retira delas a razão mais fundamental da sua existência, deixando-as
num vazio que nem os bens deste mundo e nem mesmo as outras pessoas poderão
jamais preencher satisfatoriamente.
Isso explica algo que para o mundo
parece inexplicável: que pessoas que passaram por inúmeros dissabores nas suas
vidas, para quem a cruz tocou nos ombros de uma forma aparentemente muito
pesada, são mulheres e homens alegres, que se movem com um brilho nos olhos e
uma luz na alma capazes de gritar ao mundo num silêncio eloquente: a vida vale
a pena! Vale a pena porque, apesar do sofrimento externo, no que é essencial em
suas vidas encontraram uma razão suficientemente forte para viver, um motivo
que nem mesmo a morte pode apagar.
É muito bom viver com essa
segurança, com essa certeza de que nada do que nos acontece, seja bom ou ruim,
é por acaso. Tudo o que sucede em nossas vidas foi querido ou ao menos
permitido por um Deus que só deseja o nosso bem. É essa força da fé que move
esses jovens.
A Jornada Mundial da Juventude é
um evento promovido pela Igreja Católica. Bem por isso, penso que devemos nos
lembrar dos nossos irmãos evangélicos, muçulmanos, espíritas, enfim, daqueles
que são adeptos de outras religiões. E esse acontecimento não pode ser algo que
nos divide. Ao contrário, é uma oportunidade para ressaltar o que temos em
comum e que nos une, como a fé num Deus que é amor e o compromisso de sermos no
mundo sinal vivo desse amor, o que se há de traduzir em obras concretas de
serviço dos demais.
A JMJ não é uma demonstração de
força e poder, uma espécie de aviso do tipo “vejam que somos muitos e,
portanto, exigimos que nos respeitem”. Não era essa a intenção que movia as
multidões que seguiam a Cristo pelos caminhos da Palestina, como igualmente não
é isso que traz agora os jovens às ruas do Rio de Janeiro. Cada uma dessas
pessoas teve um encontro pessoal com a pessoa de Jesus Cristo e, desde então,
não é possível conter o ímpeto de um coração tocado pelo amor de Deus.
Isso também nos recorda que é um
direito natural da pessoa humana manifestar publicamente a sua fé. É certo que
ninguém pode impor aos demais as suas próprias convicções. Daí não se pode
concluir, contudo, que a fé seja algo exclusivamente privado. De fato, a fé é
uma adesão da pessoa a uma verdade revelada e, portanto, trata-se de uma
experiência pessoal. Apesar disso, é legítimo poder manifestá-la publicamente.
E é precisamente isso que farão
milhões de jovens do mundo inteiro nesta semana no Rio de Janeiro. Reunir-se-ão
para celebrar a sua fé. Não são um grupo reunido contra algo. Na verdade, não são
contra nada nem contra ninguém, mas simplesmente a favor de uma pessoa, Jesus
Cristo, em quem encontraram a razão de ser das suas vidas. E a alegria desse
encontro é tão magnificamente intensa que se sente a necessidade de cantar e
anunciar a beleza da vida vivida com a força da fé.
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