Férias
de julho! Alegria para os filhos, porém, muitas vezes um pesadelo para os pais.
É que nem sempre é possível conciliar as férias no trabalho com as dos filhos,
e então fica o grande dilema: o que fazer com eles nestes dias?
É
importante que os pais percebam que descanso não é sinônimo de não fazer nada.
Assim, o fato de se estar de férias não impede que haja uma programação das
atividades a serem feitas nesses dias. Não se trata de impor-lhes um ritmo de
quartel. Afinal, é muito bom poder acordar um pouco mais tarde, ter mais tempo
para brincar e se divertir. Isso, porém, não é incompatível com a organização
do tempo.
É
muito interessante que os pais façam com os filhos a programação das férias.
Que decidam juntos o tempo que terão para ficar no computador, jogar
vídeo-game, assistir TV, mas que também reservem um tempo para brincadeiras,
jogos saudáveis e também a prática de esporte. É que, bem aproveitado o tempo,
as férias ficam mais divertidas, além de promover a formação de muitas virtudes
nos nossos filhos.
Lamentavelmente,
porém, muitos pais procuram por atividades que simplesmente os mantenham
ocupados, mas que não promovem o convívio familiar. E então se empenham em colocá-los
em algum programa de férias na escola, no clube etc. Com isso, buscam inserir
os filhos em qualquer lugar que estejam protegidos e, principalmente, que não
causem aborrecimentos.
No
entanto, as férias trazem uma oportunidade imperdível de se estar mais tempo
com os filhos, e esse convívio mais estreito é imprescindível para a formação
deles. Assim, mesmo que não se estejam de férias, muitos profissionais possuem
horários de trabalho mais flexíveis, de modo que, com esforço e criatividade,
conseguem iniciar o trabalho mais tarde, compensando o horário no final do
expediente, para fazer alguma atividade com os filhos pela manhã, ou, ao
contrário, entrar mais cedo para ter mais tempo ao final do dia. E mesmo que os
horários sejam rígidos, sempre há como se desdobrar para estar mais com eles
nesses dias.
E
esse empenho por aumentar o convívio nesse período pode ser maior no caso de
viagem. Infelizmente, porém, muitos pais, ao procurarem local para passar as
férias, escolhem como requisito principal que haja no hotel monitores para
cuidar das crianças. É que – pensam – assim se pode aproveitar bem a viagem, com
as crianças para um lado e os pais para outro. Não há nada de ruim em que se
conte com ajuda nessas ocasiões, mas que não sirva isso para aumentar ainda
mais a distância entre pais e filhos.
Soube de uma conversa entre um pai
e o seu filho pequeno que talvez nos ajude a ponderar sobre como estamos nos
dedicando aos nossos filhos. Era quinta-feira e a criança não via o pai, ainda
que pernoitassem na mesma casa, desde o domingo. É que o trabalho exige muito,
de modo que saía para o trabalho bem cedo, quando o filho ainda dormia e
retornava muito tarde, quando já se deitara. Na quinta-feira, coincidiu de o
filho acordar mais cedo e surpreendeu o pai saindo afobado: “Papai, aonde
vai?”. “Vou trabalhar, filho, e já estou atrasado”, respondeu o pai já abrindo
a porta de saída. “A gente não ficou quase nada juntos nesses dias”, disse o
filho querendo um pouco de atenção. “Filho, o que importa não é a quantidade,
mas a qualidade”, argumentou o pai. “Pai, para onde você vai agora?”, insistiu
o garoto. “Tenho uma reunião muito demorada e, depois, terei de trabalhar até
tarde para terminar o serviço pendente”, respondeu o pai ainda mais afoito.
“Pai, mas você não disse que o que importa é a qualidade e não a quantidade,
então por que não vem mais cedo hoje?”. Sem resposta, o pai saiu remoendo
aquela pergunta na cabeça.
Se considerarmos de verdade que a
nossa presença é essencial para a formação dos nossos filhos, talvez sejamos um
pouco mais generosos no tempo dedicado a eles. E as férias são uma oportunidade
imperdível para isso.
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