
Pais, mães e professores precisam considerar que são guias. E, como tal, devem conhecer o caminho a seguir. Por isso, é necessário que o educador também aprenda a lidar com as próprias aspirações. É que, como quase tudo em educação, a formação se dá principalmente pelo exemplo.
Mas o que é frustração? No Michaelis - Moderno Dicionário da Língua Portuguesa encontramos a definição de frustrar como “enganar a expectativa de”. Assim, antes de um sentimento, é um fato, algo que ocorre quando uma expectativa não se realiza. A partir dessa constatação podem surgir inúmeras reações interiores: decepção, desânimo, desalento ou mesmo a determinação de superar as dificuldades.
Assim, as frustrações dependem diretamente das expectativas. Em um concurso de cães adestrados, um dos participantes, falando em tom de brincadeira, mas já se precavendo do possível fracasso, disse ao seu animal: “Senta, deita, ou faça o que quiser!”. Nesse caso, precisamente porque não formulou expectativa nenhuma, não haverá como se frustrar. Mas não conseguimos fazer o mesmo em nossas vidas. Todos temos projetos, sonhos e ideais, tanto para nós mesmos como para aqueles que convivem conosco.
Um primeiro ponto talvez seja aprender com os erros, buscando aprimorar sempre para atingirmos a habilidade necessária para sermos mais eficientes. As livrarias estão abarrotadas de manuais que ensinam a fazer isso, especialmente no mundo dos negócios.
Mas, por mais eficientes que sejamos, jamais termos o domínio de tudo. Além disso, há um tipo de frustração que é muito mais cruel: é aquela que surge quando atingimos um objetivo a que tanto sonhamos, mas então cai sobre nós a terrível decepção de notar que nele não estava a tão almejada felicidade. Essa sensação pode surgir quando, finalmente, adquirimos uma casa, um carro, ou obtivemos o cargo profissional há tanto esperado.
Essa modalidade de frustração, mais profunda e perversa, nos traz a sensação de termos jogado pela janela anos e anos das nossas vidas. E ela somente pode ser evitada se alinharmos nossas expectativas a um plano superior, que nos move a um projeto de vida calcado em bases mais sólidas. É que cada ser humano que povoa o planeta nasceu com uma missão. E a sua realização pessoal – que se opõe à frustração de que vimos tratando – somente se atinge alinhando nossas expectativas com essa missão. Mais ainda, deve ela orientar nossos projetos e decisões.
Mas o seguimento dessa missão não deve permanecer no âmbito das ideias, como algo que mantemos na estratosfera da nossa existência. Há de se traduzir em ações concretas, onde também as pequenas frustrações do trânsito, da esposa, do marido, dos filhos, dos pais podem minar a nossa alegria. E então há que se fomentar as virtudes: fortaleza, generosidade, saber colocar-se no lugar do outro etc.
Mas essa “receita” para lidar com as frustrações ficaria incompleta se não colocássemos um ingrediente principal: antes de serem nossos filhos eles o são muito especialmente filhos de um Pai que os ama loucamente. E o que poderá frustrar uma mulher e um homem que caminha pelas estradas deste mundo com essa certeza?
E qual o lado positivo das frustrações?
ResponderExcluirAs frustrações nos propicia movimento e nos torna desejantes.
É nesse momento de ausência, que estabelecemos contato com o mundo e nos desenvolvemos.
Pessoas que negam frustrações, sentem dificuldade em lidar com as diferenças.
Situações reais ou utopia? - Qual caminho seguir?
Prezado Fábio, gostei bastante do blog. Visualmente, ele é muito elegante. Em relação ao conteúdo, não preciso nem dizer! Bacana que tenha ampliado o seu portifólio editorial com este canal multimídia. Um grande abraço,
ResponderExcluirMarcelo Pereira, jornalista