segunda-feira, 1 de julho de 2013

Férias escolares

Férias de julho! Alegria para os filhos, porém, muitas vezes um pesadelo para os pais. É que nem sempre é possível conciliar as férias no trabalho com as dos filhos, e então fica o grande dilema: o que fazer com eles nestes dias?
É importante que os pais percebam que descanso não é sinônimo de não fazer nada. Assim, o fato de se estar de férias não impede que haja uma programação das atividades a serem feitas nesses dias. Não se trata de impor-lhes um ritmo de quartel. Afinal, é muito bom poder acordar um pouco mais tarde, ter mais tempo para brincar e se divertir. Isso, porém, não é incompatível com a organização do tempo.
É muito interessante que os pais façam com os filhos a programação das férias. Que decidam juntos o tempo que terão para ficar no computador, jogar vídeo-game, assistir TV, mas que também reservem um tempo para brincadeiras, jogos saudáveis e também a prática de esporte. É que, bem aproveitado o tempo, as férias ficam mais divertidas, além de promover a formação de muitas virtudes nos nossos filhos.
Lamentavelmente, porém, muitos pais procuram por atividades que simplesmente os mantenham ocupados, mas que não promovem o convívio familiar. E então se empenham em colocá-los em algum programa de férias na escola, no clube etc. Com isso, buscam inserir os filhos em qualquer lugar que estejam protegidos e, principalmente, que não causem aborrecimentos.
No entanto, as férias trazem uma oportunidade imperdível de se estar mais tempo com os filhos, e esse convívio mais estreito é imprescindível para a formação deles. Assim, mesmo que não se estejam de férias, muitos profissionais possuem horários de trabalho mais flexíveis, de modo que, com esforço e criatividade, conseguem iniciar o trabalho mais tarde, compensando o horário no final do expediente, para fazer alguma atividade com os filhos pela manhã, ou, ao contrário, entrar mais cedo para ter mais tempo ao final do dia. E mesmo que os horários sejam rígidos, sempre há como se desdobrar para estar mais com eles nesses dias.
E esse empenho por aumentar o convívio nesse período pode ser maior no caso de viagem. Infelizmente, porém, muitos pais, ao procurarem local para passar as férias, escolhem como requisito principal que haja no hotel monitores para cuidar das crianças. É que – pensam – assim se pode aproveitar bem a viagem, com as crianças para um lado e os pais para outro. Não há nada de ruim em que se conte com ajuda nessas ocasiões, mas que não sirva isso para aumentar ainda mais a distância entre pais e filhos.
Soube de uma conversa entre um pai e o seu filho pequeno que talvez nos ajude a ponderar sobre como estamos nos dedicando aos nossos filhos. Era quinta-feira e a criança não via o pai, ainda que pernoitassem na mesma casa, desde o domingo. É que o trabalho exige muito, de modo que saía para o trabalho bem cedo, quando o filho ainda dormia e retornava muito tarde, quando já se deitara. Na quinta-feira, coincidiu de o filho acordar mais cedo e surpreendeu o pai saindo afobado: “Papai, aonde vai?”. “Vou trabalhar, filho, e já estou atrasado”, respondeu o pai já abrindo a porta de saída. “A gente não ficou quase nada juntos nesses dias”, disse o filho querendo um pouco de atenção. “Filho, o que importa não é a quantidade, mas a qualidade”, argumentou o pai. “Pai, para onde você vai agora?”, insistiu o garoto. “Tenho uma reunião muito demorada e, depois, terei de trabalhar até tarde para terminar o serviço pendente”, respondeu o pai ainda mais afoito. “Pai, mas você não disse que o que importa é a qualidade e não a quantidade, então por que não vem mais cedo hoje?”. Sem resposta, o pai saiu remoendo aquela pergunta na cabeça.

Se considerarmos de verdade que a nossa presença é essencial para a formação dos nossos filhos, talvez sejamos um pouco mais generosos no tempo dedicado a eles. E as férias são uma oportunidade imperdível para isso.

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