É Natal. As festas desempenham um
papel fundamental na vida pessoal, familiar e social. Tal como um quadro, que
contém partes claras e sombrias, coloridas e cinzentas, os nossos dias não são
todos iguais. Em alguns deles, a maioria, dedicamos várias horas ao trabalho,
noutros, ao descanso e, noutros ainda, dispomo-nos a comemorar os
acontecimentos mais marcantes. A celebração de ontem nos permite reviver um dos
acontecimentos mais importantes de toda a história da humanidade.
O Natal é um mistério inesgotável. Sempre podemos nos aprofundar mais na compreensão desse magnífico acontecimento, extraindo dele luzes e lições para as nossas vidas. Hoje gostaria de convidar o leitor para meditarmos juntos sobre como o amor e o sacrifício se identificam. Tanto assim que muitas vezes notamos a intensidade do amor precisamente na capacidade de se sacrificar pelo bem da pessoa amada.
A história nos é bem conhecida. Um
casal, cuja esposa estava grávida e prestar a dar à luz o Filho primogênito,
empreende uma longa viagem pelas inóspitas estradas da Palestina. Ao cabo de
alguns dias de viagem, o Menino nasce num estábulo. À canseira do caminho
soma-se a dor da humilhação de bater de porta em porta, todas fechadas. Quando
encontram a gruta, por certo custou considerável esforço converter aquilo num
ambiente minimamente adequado para um parto: limpar, com os escassos
instrumentos disponíveis, talvez expulsar uma ratazana incômoda, varrer os
detritos malcheirosos... São muitas ações que custam esforço e sacrifício, mas
que quase não se nota, posto que feitas por um amor sincero e abnegado.
Se contemplarmos muitos lares do
nosso tempo, talvez encontraremos uma diferença brutal. Essa, porém, não está
no nível de conforto alcançado. De fato, muitas casas das nossas cidades ainda
não contam com instalações necessárias para assegurar um mínimo de dignidade.
Mas, deixando de lado, por ora, essa questão, é preocupante notar como em
muitos dos lares parece reinar um individualismo que compromete gravemente a
vida familiar e social. Muitas vezes cada um se fecha diante de um equipamento
eletrônico, passando horas e horas sem sequer conviver com os pais e irmãos. E
os filhos, confinados nesse mundo virtual, vão criando uma insensibilidade para
com os que os rodeiam, incapazes do menor sacrifício pelos demais.
No presépio, porém, vemos
precisamente o oposto. Vemos um pai que se desvela para cuidar da Esposa e do
Filho. A Mãe, sempre amável, serena e dedicada mesmo nas horas mais difíceis.
Depois vemos uns pastores, que também saíram de onde estavam e empreenderam uma
caminhada até aquele local, o que por certo implicava um sacrifício adicional
nas suas jornadas, já pouco cômodas. E os magos, quantos dias de viagem
seguindo uma estrela... E como seria a vida daquele Menino? Um constante
sacrifício vivido por amor.
Poder-se-ia pensar, diante dessas
considerações, que as nossas vidas deveriam ser convertidas num penoso e triste
caminhar repleto de renúncias e sofrimento. Na verdade, porém, não há de ser
assim. Outro dia, participava de uma comemoração e, num dado momento, tive de
me retirar para outro cômodo da casa em companhia de filha caçula, que dormia.
Um amigo que passou por mim, retornou logo em seguida trazendo-me uma taça com
um brinde que acabavam de fazer. Esses pequenos gestos, próprios de quem tem o
olhar atento aos demais, podem se multiplicar em inúmeros outros na vida em
família, com os amigos e no ambiente de trabalho.
O Natal é sempre uma luz a brilhar
no mundo, na nossa família e em nosso coração. Com ele aprendemos, dentre
muitas outras verdades, que a felicidade está em nos dedicarmos a fazer mais
amável e alegre a vida daqueles com quem nos relacionamos.
Muito Bom!
ResponderExcluirO verdadeiro significado do Natal.