Amanhã comemoramos o dia mundial do trabalho.
Ocasião ideal para meditarmos sobre o valor que ele tem nas nossas vidas, nas
nossas famílias e na nossa sociedade. Afinal, por que trabalhamos? O que nos
move a dedicarmos várias horas por dia a uma atividade profissional, muitas
vezes cansativa e estressante?
Muitos consideram o trabalho como um mal
necessário. Temos a necessidade de ganhar dinheiro para suprir as necessidades
pessoais e familiares, de modo que, salvo para alguns poucos privilegiados, que
podem levar uma vida folgada sem trabalhar, para a imensa maioria dos seres
mortais é necessário fazer algo que nos assegure a subsistência.
Outros, acabam por encontrar satisfação no
trabalho que desempenham. Talvez com muito esforço e intensa dedicação,
souberam alcançar um posto a que tanto almejavam, ou ainda caminham para isso.
Mas aceitam com gosto todo o sacrifício que implica a luta incessante pelo
sucesso profissional. Movem-nos, porém, uma necessidade de autoafirmação, a
vaidade, o desejo de brilhar, o poder ou ainda o afã de alcançar um
reconhecimento dos demais etc.
Penso que o trabalho é sim um meio para obter
os recursos necessários para o sustento próprio e da família. Também não é em
si ruim o desejo de sucesso e de reconhecimento profissional. No entanto, o
trabalho tem uma dimensão muito maior.
O trabalho tem uma dignidade que precisa ser
valorizada. Nesse sentido, é tempo de reconhecermos que todo trabalho honesto é
digno. Com isso, não faz sentido classificar as pessoas conforme o trabalho que
desempenham. Numa companhia é tão importante a faxineira como o do Diretor
Presidente. E tomara que num futuro não muito distante sejam reduzidas as
gritantes diferenças de remuneração, que muitas vezes fazem que essas nossas
considerações não passem de discursos vazios...
O trabalho é, também, um meio privilegiadíssimo
para crescermos nas virtudes. É necessária, por exemplo, a fortaleza para
perseverar diante das dificuldades naturais que se apresentem em qualquer
atividade profissional. O desejo de justiça nas relações laborais também nos
impulsionará a cumprirmos os nossos deveres com a instituição para a qual
trabalhamos, para com os colegas, para com a nossa família e para com toda a
sociedade.
E o trabalho é também ocasião para ajudarmos e
para servir aos demais. Toda atividade, por mais burocrática que pareça, sempre
é um serviço que direta ou indiretamente se presta aos outros. Assim,
dependendo da intencionalidade com que realizamos as tarefas que nos cabem,
podemos contribuir enormemente para fazer melhor a vida daquelas e daqueles que
dependem do nosso trabalho.
Além disso, a maneira como nos portamos no
ambiente de trabalho tem enorme repercussão na vida dos nossos colegas. Há
pessoas – sabemos por experiência própria – que parecem trazer uma nuvem
cinzenta sobre a cabeça, tornando carregado o clima por onde passam, com suas
caras amarradas, tom amargo e ares pessimista e lamuriento. Outras, ao
contrário, sabem superar com alegria e bom humor as dificuldades – grandes ou
pequenas – que sempre surgem em qualquer repartição. Com isso, fazem mais
amável a vida de quem com elas convivem.
Um grande desafio, portanto, é saber construir
um saudável ambiente de trabalho. E o segredo está, muitas vezes, em esquecermo-nos
de nós mesmos para pensar nos colegas, nos clientes, nos familiares, enfim, em
todos que direta ou indiretamente dependem do nosso trabalho.
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