quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Elas falam “A”, eles entendem “B”

Grande parte dos problemas conjugais, que não raras vezes podem acarretar uma séria crise no casamento, está relacionado ou tem como causa uma dificuldade na comunicação. A questão é complexa e não comporta análise exaustiva aqui. Mas é possível entendermos alguns aspectos que, se considerados, podem ajudar e salvar muitos relacionamentos.

Homens e mulheres são muito diferentes entre si. Durante muitos séculos a filosofia e a antropologia não cuidaram de estudar essas diferenças, simplesmente aceitando como verdade um aspecto que a todos parece óbvio: a dimensão física do ser humano.
Acontece que as diferenças não se limitam a isso. O ser mulher e o ser homem também apresenta manifestações diferentes nas demais dimensões do ser humano: racional, emocional, social e transcendente. Não quer dizer, como já temos repetido inúmeras vezes aqui, que um seja superior ou inferior, mas simplesmente que são diferentes.
Pois bem. Tais diferenças têm manifestações marcantes também na maneira como se comunicam. A mulher tem uma tendência para a comunicação indireta. Talvez pelo medo à rejeição, ou como consequência da sua intuição mais aguçada, ela costuma falar muito com sutilezas ou mesmo nas entrelinhas. Já o homem, por seu turno, tende a ser mais direto e tem notórias dificuldades para “pegar as ideias no ar”.
Tomemos um exemplo. Imaginemos que a mulher (esposa, namoradas etc.) queira sair para jantar numa data comemorativa e, tentando fazer com que seu plano aconteça, diz ao homem (marido, namorado...): “meu amor, você não gostaria de sairmos para jantar hoje?”. Se ele tiver algum problema, ou simplesmente não estiver com vontade, talvez lhe ocorra responder exatamente o que foi perguntado: “Não. Não gostaria porque nesse dia terá jogo do brasileirão”. Acontece que a pergunta dela não era propriamente uma indagação. Ao contrário, pretendia ela dizer: “eu gostaria de sair para jantar fora hoje”.
E a razão de fundo para tais diferenças na maneira de se comunicar se deve, segundo alguns especialistas, a uma razão de fundo. É que a mulher teme ser rejeitada. Assim, se formula um pedido explícito e recebe uma negativa, isso a atingirá numa parte muito sensível. Com efeito, o “NÃO” dele, ou seja, a negativa ao convite não soa como simplesmente um “não quero sair hoje”, mas como uma rejeição mesmo, tanto que ela fará conclusões do tipo: ele gosta mais do time de futebol do que de mim etc.
Já o homem, no mais das vezes, teme que se lhe considere incapaz ou incompetente. Tomemos outro exemplo um tanto pitoresco. Imagine que ele se dispõe a consertar algo em casa, talvez depois de inúmeras insistências da esposa. Ela, querendo agradá-lo lhe ocorre perguntar: “você está conseguindo?”. Talvez com essa pergunta ela quisesse dizer: “precisa de ajuda?”. No entanto, a dúvida sobre a capacidade dele pode soar como uma ofensa.
Nesse sentido, talvez um grande desafio é cada qual descobrir que estão unidos a uma pessoa diferente, que pensa de maneira diferente, que tem sentimentos diferentes, que se relaciona com os demais com linguagens diferentes. E isso a levará a ser mais direta, tanto quanto lhe for possível. E, da parte dele, a tentar compreendê-la. Para isso, talvez sirva de ajuda perguntar a ela – com muita frequência – o que ela deseja. Assim, à indagação dela se gostaria de sair, seria muito oportuna outra pergunta: “Você gostaria de sair hoje?”.
Se quiser saber mais sobre este tema, acesse o vídeo do meu canal do Youtube :  https://www.youtube.com/watch?v=MdnTZEETxwk

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