Grande parte dos
problemas conjugais, que não raras vezes podem acarretar uma séria crise no
casamento, está relacionado ou tem como causa uma dificuldade na comunicação. A
questão é complexa e não comporta análise exaustiva aqui. Mas é possível
entendermos alguns aspectos que, se considerados, podem ajudar e salvar muitos
relacionamentos.
Homens e mulheres são
muito diferentes entre si. Durante muitos séculos a filosofia e a antropologia
não cuidaram de estudar essas diferenças, simplesmente aceitando como verdade
um aspecto que a todos parece óbvio: a dimensão física do ser humano.
Acontece que as
diferenças não se limitam a isso. O ser mulher e o ser homem também apresenta
manifestações diferentes nas demais dimensões do ser humano: racional,
emocional, social e transcendente. Não quer dizer, como já temos repetido
inúmeras vezes aqui, que um seja superior ou inferior, mas simplesmente que são
diferentes.
Pois bem. Tais
diferenças têm manifestações marcantes também na maneira como se comunicam. A
mulher tem uma tendência para a comunicação indireta. Talvez pelo medo à
rejeição, ou como consequência da sua intuição mais aguçada, ela costuma falar
muito com sutilezas ou mesmo nas entrelinhas. Já o homem, por seu turno, tende
a ser mais direto e tem notórias dificuldades para “pegar as ideias no ar”.
Tomemos um exemplo.
Imaginemos que a mulher (esposa, namoradas etc.) queira sair para jantar numa
data comemorativa e, tentando fazer com que seu plano aconteça, diz ao homem
(marido, namorado...): “meu amor, você não gostaria de sairmos para jantar
hoje?”. Se ele tiver algum problema, ou simplesmente não estiver com vontade,
talvez lhe ocorra responder exatamente o que foi perguntado: “Não. Não gostaria
porque nesse dia terá jogo do brasileirão”. Acontece que a pergunta dela não
era propriamente uma indagação. Ao contrário, pretendia ela dizer: “eu gostaria
de sair para jantar fora hoje”.
E a razão de fundo para
tais diferenças na maneira de se comunicar se deve, segundo alguns
especialistas, a uma razão de fundo. É que a mulher teme ser rejeitada. Assim,
se formula um pedido explícito e recebe uma negativa, isso a atingirá numa
parte muito sensível. Com efeito, o “NÃO” dele, ou seja, a negativa ao convite
não soa como simplesmente um “não quero sair hoje”, mas como uma rejeição
mesmo, tanto que ela fará conclusões do tipo: ele gosta mais do time de futebol
do que de mim etc.
Já o homem, no mais das
vezes, teme que se lhe considere incapaz ou incompetente. Tomemos outro exemplo
um tanto pitoresco. Imagine que ele se dispõe a consertar algo em casa, talvez
depois de inúmeras insistências da esposa. Ela, querendo agradá-lo lhe ocorre
perguntar: “você está conseguindo?”. Talvez com essa pergunta ela quisesse
dizer: “precisa de ajuda?”. No entanto, a dúvida sobre a capacidade dele pode
soar como uma ofensa.
Nesse sentido, talvez
um grande desafio é cada qual descobrir que estão unidos a uma pessoa
diferente, que pensa de maneira diferente, que tem sentimentos diferentes, que
se relaciona com os demais com linguagens diferentes. E isso a levará a ser
mais direta, tanto quanto lhe for possível. E, da parte dele, a tentar
compreendê-la. Para isso, talvez sirva de ajuda perguntar a ela – com muita
frequência – o que ela deseja. Assim, à indagação dela se gostaria de sair,
seria muito oportuna outra pergunta: “Você gostaria de sair hoje?”.
Se quiser saber mais sobre este tema, acesse o vídeo do meu canal do Youtube : https://www.youtube.com/watch?v=MdnTZEETxwk
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