Quanto se fala em construir um
projeto de vida, é comum pensar na escolha da profissão, sonhar com a ascensão
na carreira escolhida, ganhar dinheiro, comprar uma casa, carros, viajar. Em
suma, almeja-se um sucesso profissional. Essas coisas são importantes para a
realização pessoal. Mas e a família? Não deve ela também ocupar um lugar de
destaque nos nossos sonhos e projetos?
Deixamo-la de lado, ao menos
quando elaboramos os nossos projetos, muitas vezes por pensarmos que não há muito
que planejar ou o fazer para buscar o
sucesso também na vida familiar. Quanto ao sucesso profissional, sabemos bem o
caminho a percorrer: cursar uma universidade, ingressar numa boa empresa, ser
aprovado num concurso público, montar o próprio negócio etc. Em cada profissão
escolhida há um itinerário para atingir a excelência.
Quanto à vida familiar, em
especial o casamento e a educação dos filhos, tendemos a considerar que se
trata de um campo em que o que entra em jogo é apenas o sentimento. E, sendo
assim, não há muito que se possa fazer para assegurar o sucesso também nessa
área.
De fato, as relações familiares
são fortemente marcadas pela afetividade. Deve mesmo haver afeto entre marido e
mulher, como ademais esse há de ser nutrido entre pais e filhos. No entanto,
equivoca-se quem pensa que esses relacionamentos sejam mantidos exclusivamente
pelo sentimento. Também podem e devem ser norteados por compromissos livremente
assumidos e pelos quais se luta por honrar, tendo sempre como fim e como causa
o amor que não pode faltar numa família. E o amor é sentimento, mas está também
na vontade de querer amar cada vez mais a esposa, o marido e os filhos.
Essa maneira de encarar as
relações familiares é importante para nortear as escolhas e decisões que
tomamos no curso das nossas vidas. Isso porque se colocamos intenso empenho na
busca do sucesso profissional, trabalhando muitas horas por dia e buscando
sempre aprimorar mais os conhecimentos, maior esforço ainda merece ser dedicado
à esposa, ao marido e aos filhos.
E isso não pode ficar em meras
considerações teóricas, mas há de se traduzir em propósitos e ações bem
concretas no nosso dia-a-dia. Trata-se, por exemplo, de o marido se esforçar
por se lembrar das datas importantes para a esposa, anotando na agenda, se necessário.
É o caso de a esposa também procurar fazer aquilo que agrada ao marido,
esmerando-se para estar bem vestida e amável também em casa, e não apenas
quando se tem algum compromisso social. E que o marido saiba reconhecer e
valorizar esse esforço dela...
A educação dos filhos bem merece
um capítulo a parte. Mas o essencial é encarar o assunto como prioridade em
nossas vidas. Soube de um pai que foi convidado a comparecer a uma reunião na
escola do filho. Chegando lá, esse indagou surpreso: “Pai?! Você não tinha um
compromisso importante hoje?”. “Sim. O Diretor Presidente da empresa estará
visitando a nossa unidade hoje e haverá um almoço com ele. Porém, neste
momento, não há nada mais importante a fazer do que cuidar da sua educação”,
respondeu o pai com ar de ternura e acolhida.
Pesquisas mostram que um dos
maiores traumas sofrido pelas pessoas é aquele decorrente da ruptura de um
relacionamento conjugal. De igual modo, conhecemos bem a frustração e amargura
que causa ver nossas filhas e filhos perdidos e desorientados, infelizes por
não encontrar um sentido para as suas vidas. Assim, a felicidade e a realização
pessoal dependem fortemente do empenho que fazemos para amar cada dia mais a
esposa, o marido, os filhos e os pais. Afinal, já se disse com muita
propriedade: “Não há sucesso profissional que compense o fracasso no lar”.
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