No mundo dos negócios ouve-se
falar cada vez mais em qualidade nos produtos e serviços e, para consegui-la,
numa economia cada vez mais competitiva, muitas técnicas são desenvolvidas e
implementadas. Dentre elas, especial importância se atribui às chamadas
ferramentas de gestão.
E isso é necessário, dado o
dinamismo das relações pessoais num mundo globalizado. Mas, além do trabalho,
também a família ocupa – ou deveria ocupar – uma posição de destaque na vida
das pessoas, precisamente porque o sucesso nela é fundamental para que se
alcance a felicidade.
Se é assim, ou seja, se da
realização na vida familiar depende, em última análise, a felicidade dos seus
membros, e também ela está inserida e sujeita às mesmas vicissitudes de uma
sociedade que segue seu curso num ritmo frenético, não será necessário que se
desenvolvam ferramentas de gestão igualmente eficientes para gerir essa
“empresa”?
Colocada a questão nesses termos,
talvez surja, num primeiro momento, uma resistência em aceitar a comparação,
com o argumento de que a família é uma pequena sociedade fortemente marcada
pela afetividade. Assim, transformá-la numa empresa significaria matar o
sentimento, que é fundamental para a sua sobrevivência.
De fato, a família é uma sociedade
onde reina e deve reinar o afeto. Mas se é assim, a sua gestão e, por
consequência, as ferramentas que se desenvolvam para atingir esse fim, devem
levar em consideração a sua natureza e modo de ser.
Uma técnica que foi desenvolvida
há década nas escolas de negócio é o chamado método do caso. Consiste
basicamente em saber distinguir, numa determinada situação, o que é fato e, a
partir desses fatos, identificar problemas que, por sua vez, permitem apontar e
implementar soluções concretas para os problemas identificados.
Essa mesma metodologia foi
desenvolvida e adaptada para a família. Nos cursos de orientação familiar que
seguem esse método, no chamado Sistema F (de família), são apresentados casos
envolvendo situações familiares nas quais o casal – é necessária a participação
da mulher e do marido – são treinados a analisar os fatos, identificar
problemas e apontar soluções concretas, passíveis de serem implementadas.
Essa técnica desenvolvia a partir
da análise de situações familiares nas quais o casal não está envolvido é
necessária precisamente porque a relação conjugal é fortemente marcada pelo
sentimento. Assim, analisar um caso distante, que em princípio não tem a ver
com eles, permite uma discussão mais serena. Ao final, aprende-se a tratar das
questões familiares com maior objetividade, capacitando-os para encontrar as
raízes mais profundas dos problemas e, a partir daí, buscar soluções mais
eficientes e duradouras.
Com isso, após participar dos cursos,
o casal que for fiel ao método e cumprir todas as suas etapas, estará apto para,
em suas próprias vidas, analisar serenamente e com objetividade os fatos,
identificar problemas e propor soluções, que desencadeiam um plano de ação,
cujo objetivo é buscar, em conjunto, a felicidade própria e dos filhos.
Mágica? Penso que não. É a
tecnologia bem aplicada para construir a felicidade da mulher e do homem como
um todo nesse mundo em que estão inseridos. Ela não se alcança apenas com o
sucesso no trabalho. Também o amor entre o casal e a sua manifestação frutífera
na geração e educação dos filhos contam com técnicas eficazes para gerir esse
empreendimento formado por pessoas com coração e sentimento, sedentas de amar e
de serem amadas, humanizando esse mundo que é e pode ser ainda mais belo.
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