Há fatos que atingem a vida das
pessoas que nos parecem de tamanha injustiça e causadores de tão grande
sofrimento, que por vezes nos fazem queixar: “será que Deus não está vendo
isso?”. Ou, mais incisivo ainda: “se Deus existe e é infinitamente justo – como
dizem muitas pessoas de fé – como pode permitir tal coisa?”.
Essa indignação pode provir de
acontecimentos da natureza, como ocorre, por exemplo, com uma pessoa que
caminha na praia e é tragada por um tsunami devastador, ou – mais ligada à
nossa realidade – é atingida por um raio. Mas é mais frequente fazermos esse
juízo quando alguém é vítima de uma injustiça praticada por seres humanos, como
ocorre com uma criança de tenra idade que é assassinada pela própria mãe, em
companhia do padrasto, ou ainda de um jovem que toma um tiro na cabeça defronte
a sua residência após ter o seu celular roubado.
O tema é vasto e intrigante e,
evidentemente, não comporta aqui uma análise exaustiva. No entanto, penso que
em breves considerações podemos serenar os ânimos e a consciência se por vezes
nos virmos também com tais pensamentos.
Outro dia presenciei uma animada
discussão entre uns trabalhadores da construção civil, que descansavam um pouco
após o almoço. E, no meio do debate, um deles dizia: “Se eu fosse Presidente,
ao menos por um dia. Ou melhor, apenas por duas horas, eu resolveria todos os
problemas desse País...”. E depois prosseguiu ele com o seu plano mirabolante.
E o rapaz, no seu íntimo, estava absolutamente convencido do que dizia.
Algo de semelhante ocorre em
muitas instituições. É muito comum que os funcionários, ocupantes de cargos
inferiores, acreditem com toda convicção que, se ocupassem os cargos mais
elevados (a Presidência), reinaria ali a plenitude da justiça, da paz e da
prosperidade. No entanto, quando se ocupa tais cargos se pode notar quão
variados e complexos são os problemas, de tal modo que, mesmo tendo a frente
pessoas extremamente capacitadas e bem intencionadas, os bons resultados nem
sempre surgem rapidamente.
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